Inspiração tem vertentes em diversos lugares. Pode ser o que se vê todo dia, algo que nunca foi desvelado e muito constantemente o que se ama. Acredito que esta última é uma das mais fluentes…
Minha maior inspiração (e modelo) descansa no momento sobre meu pé. É rajada, tem olhos profundamente verdes e transmite amor a cada pequeno gesto. Biti é a minha gata – ou eu sou o humano dela, depende do ponto de vista.
Todos os dias ela me salva um pouco do mundo com seu carinho.
A conheci em 2013, através da ONG Adote Um Gatinho, em São Paulo. Foi logo na primeira visita ao local, quando ela ainda não estava disponível. Sou alto e a vi numa área restrita, que deveria ser secreta, onde ficam os gatos recém resgatados.
Em minha segunda visita, lá estava ela, dando patadas nos outros gatos que tentavam se aproximar de mim. Seríamos um do outro e já sabíamos.
Pequenas musas
Batizada de Bitinira – nome que veio de uma desconstrução de Pequeninha (Pequenina, Pitinina, Pititinha…) -, ela sempre foi exibida e fotogênica (geminiana nata). Então era questão de ter um lápis na mão e papel para rabiscar seus movimentos e traços felinos.
Dessa observação, entendi sua inteligência e as coisas que ela queria me comunicar.
E sem que eu me desse conta, surgiu uma pequena série de desenhos felinos em nanquim que analisavam os comportamentos do gato doméstico de forma instintiva e literal.
Com a chegada da Pretinira – mais uma vez um nome que não existe no Google – e sua personalidade completamente diferente, dobraram as possibilidades, entendimentos e ilustrações.
Um estado constante de “apaixonamento”, poses e gestos que acabam sempre que possível numa folha em branco.